top of page
fernandadionisiops

Transtorno Bipolar

De acordo com a Organização Mundial da Saúde - OMS, o Transtorno Bipolar (TB) é uma grave condição médica, que acomete cerca de 60 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, o número de diagnosticados pode chegar a 6 milhões, o que representa uma parcela considerável da população.

O Transtorno Bipolar é caracterizado por períodos de hipomania/mania alternados com episódios depressivos, ao longo da vida do indivíduo. Existem casos de Transtorno Bipolar com sintomatologia mais leve, em que o indivíduo, embora sofra com os sintomas, não chega a apresentá-los de uma forma tão disfuncional, a ponto de precisar de uma internação psiquiátrica, por exemplo. Já outros casos cursam com crises mais graves, que muitas vezes necessitam de uma internação em ambiente hospitalar, até a estabilização do quadro.

Em geral, nos casos “mais leves”, sobre o qual comentei acima, o paciente oscila ao longo da vida entre períodos de hipomania e períodos depressivos.

Na hipomania, o paciente experimenta sensação de intensa alegria, autoestima elevada, excesso de energia, tende a falar mais do que o habitual, tem maior dificuldade para dormir e apresenta aumento dos prazeres (por comida, bebidas e outras drogas, por compra e sexo, por exemplo). Apesar desses sintomas, geralmente o paciente consegue permanecer funcional (trabalhar, estudar, relacionar-se com os outros), muito embora com alguma dificuldade. Às vezes, essa fase pode ser confundida como "muita ansiedade".

Na mania, a sintomatologia é mais intensa, impedindo o paciente de exercer suas funções de vida diária. Seu comportamento torna-se um risco para os outros e para si.

Vejamos algumas das características da fase maníaca do TB:

- Elevada autoestima, com uma sensação de grandiosidade, poder e otimismo ao extremo; - Redução da necessidade de sono, pelo excesso de energia: a pessoa é capaz de ficar dias e noites acordada, fazendo mil e uma coisas sem parar e sem se sentir cansada ou com sono. - Aceleração do pensamento: o pensamento fica tão acelerado, que a pessoa não para de falar, fala muito rápido, ao ponto de o discurso ficar incompreensível, sem lógica; - Gastos em excesso: a pessoa não consegue parar de comprar, compra sem limites, coisas muitas vezes sem necessidade, podendo ficar extremamente endividada. - Aumento da libido: o desejo sexual pode ficar exacerbado nesses casos. O indivíduo pode não conseguir estabelecer critérios para a escolha de um parceiro ou de um local apropriado.

- Inquietação /Agitação: o indivíduo não consegue ficar parado, sente-se muito inquieto e agitado. Anda pra lá e pra cá, e pode até sair andando por aí, sem rumo, percorrendo grandes distâncias. - Pode haver um consumo exagerado de álcool, tabaco ou outras drogas, muito além do que o indivíduo possa ser acostumado a usar;

- A pessoa se expõe constantemente a situações de risco, e pode conferir também riscos aos outros, por se tornar agressiva, explosiva e impulsiva nos períodos de mania;

- Delírios: muitas vezes são delírios de grandeza (achar-se muito importante, poderoso, milionário), de conteúdo místico-religioso ("sou o enviado por Deus pra salvar a humanidade"), de perseguição (estão todos o perseguindo na rua, rindo dele, querem matá-lo). - Alucinações: a pessoa pode ouvir vozes e vê pessoas ou objetos que não existem.

Nos episódios depressivos, o indivíduo se encontra com:

- Tristeza na maior parte do dia;

- Choro sem motivos

- Intensa falta de energia; - Não sente prazer nem interesse em nada;

- Sentimento de desesperança, culpa e inutilidade - Tem dificuldade em se concentrar; - Tem muito sono ou apresenta insônia; - Pode até ter pensamentos suicidas. Esse transtorno causa importante prejuízo na vida do indivíduo (e de quem convive com ele), se não tratado corretamente.



Dra. Fernanda Dionísio

Psiquiatra



33 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page